Qual não foi nosso deslumbramento quando vimos uma menina correndo pela área comum do condomínio vestida de Lady Bug? Gritei pra menina: “onde você comprou essa fantasia maravilhosa”, mas a menina corria tão rápido que não me respondeu. Certamente, estava envolvida em alguma perseguição importante. A Aurora puxou minha camisa e perguntou se era a Lady Bug de verdade. Eu nunca sei o que responder nessas horas. Eu disse que, aparentemente, era.
Quando assisti Star Wars com minha filha mais velha ela tinha oito anos e ficou fascinada pela princesa Leia. Uma mulher forte que lutava contra o lado negro da força de igual para igual. Mas nas lojas é difícil achar produtos que não sejam do Luke, do Hans Solo e do Chewbacca. Fiquei empolgado quando descobri que o personagem principal de um dos novos Star Wars, lançado há alguns anos, era uma menina chamada Rey. Mas, mesmo depois do filme lançado e de ter sido um sucesso de mais de um bilhão de dólares, é dificílimo encontrar bonecas ou fantasias da Rey. Só dá BB-8.
O mesmo vale para os filmes dos X-men e Vingadores: todas as personagens femininas são ignoradas nas lojas de brinquedos e fantasias. Há alguns anos, me lembro de ver que o brinquedo mais vendido entre os meninos eram as arminhas Nerf e entre as meninas era uma pia de lavar louça.
Minhas filhas ficam um pouco frustradas com a restrição: meninos devem ser heróis, meninas devem ser princesas.
Frozen foi legal, Anna e a Elsa são fortes e não ficam esperando um príncipe para salvá-las, como em todo conto de fadas da Disney. Não quero que minhas filhas fiquem esperando um príncipe encantado.
Quero que elas tenham a chance de serem suas próprias heroínas. Seja fantasiadas de Lady Bug combatendo inimigos imaginários, ou seja na vida real, combatendo os percalços da vida adulta.
Que a força esteja com você, filha.
A vida é incrível.
Desejo a você muito mais do que sorte.
Marcos Piangers