Tirso Meirelles, presidente eleito da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP)
O superávit recorde da balança comercial brasileira em 2023, que chegou a US$ 98,839 bilhões, superando todas as previsões, tem participação importante do agronegócio.
Mesmo com a desaceleração do preço das commodities agrícolas, a safra recorde de grãos foi o grande diferencial para o sucesso das exportações brasileiras. E, num momento em que faltam alimentos no mundo, seja pela guerra em países grandes produtores, ou por questões climáticas que afetam culturas em diversos pontos do planeta, o grande desafio é investir em novas tecnologias que permitam a melhoria da produtividade e o desempenho financeiro.
Nesse caso, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) tem trabalhado na busca de novas tecnologias que possam ser um grande diferencial no segmento paulista. Além dos novos centros de tecnologia que começaremos a construir em Ribeirão Preto, voltado para a excelência na produção da cana de açúcar; e em São Roque, com foco na questão da Inteligência Artificial, hoje um assunto que domina todos os eventos mundiais do setor, trabalhamos para que o segmento paulista continue referência.
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Fora isso, estamos em contato permanente com os pequenos produtores, a fim de garantir o desenvolvimento econômico e social de milhões de famílias que vivem exclusivamente de suas lavouras.
Com papel vital na economia brasileira e importante na geração de empregos, o agronegócio tem hoje mais de 28,3 milhões de trabalhadores diretos. Ao longo dos anos, o perfil do segmento tem mudado, registrando profissionais com maior grau de escolaridade, abertos ao aprendizado de novas técnicas de cultivo e tecnologias de produção. Não há mais espaço para práticas arcaicas.
O agronegócio hoje é um dos principais impulsionadores do Brasil e de sua economia. Deixamos de ser apenas um celeiro de produtos, mas nos tornamos player importante no cenário internacional pela excelência de nossa produção.
Na pecuária, no Estado de São Paulo, tivemos em 2023 o último ano de vacinação de nosso rebanho contra a febre aftosa. Já vínhamos implementando, ao longo dos anos, medidas complementares de vigilância da doença, visando a suspensão da vacinação. Dessa forma, passaremos a oferecer carne com o melhor padrão sanitário e de qualidade, com vistas à agregação de valor na comercialização. Vale lembrar que 2023 foi um ano de expansão dos abates, se comparado a 2022. A diminuição nas exportações, entretanto, elevou a oferta de carne bovina para o consumo interno.
Entendo que, mesmo comemorando o superávit da balança comercial, há muito o que se fazer para dar ao agronegócio o lugar devido. Estamos em contato permanente com os produtores paulistas, para que nosso estado mantenha sua posição de liderança e possa galgar novos patamares em culturas que sejam importantes para São Paulo. Muitos projetos estão sendo discutidos em sua viabilidade e serão essenciais na consolidação do desenvolvimento econômico e na diversificação da atuação, como o fomento do turismo rural, que irá impulsionar a economia.
É preciso entender os desafios da implementação de rotas a regiões que hoje ainda não são exploradas, apoiar na solução desses desafios e investir na transversalidade dessa nova vertente de crescimento.
É necessário criar mecanismos que possam realçar a importância do agronegócio na vida do brasileiro, assim como no constante desenvolvimento da economia. Chego a imaginar que o verde de nossa bandeira representa com dignidade o nosso setor.
Somos reconhecidos internacionalmente pelos nossos produtos, pelas nossas commodities agrícolas, que são os campos verdes de nosso Brasil. O agronegócio continuará semeando a base do nosso progresso.