Após quase três semanas com febre alta e dor intensa no pescoço, Ana Lívia, de apenas 4 anos, continua internada na Santa Casa de Assis, sem previsão de cirurgia. A criança aguarda atendimento especializado desde o último sábado (24), mas enfrenta a ausência de cirurgião pediátrico na unidade. Segundo a mãe, Vitória Santos, o drama começou no início de maio e é marcado por diagnósticos falhos, idas e vindas entre unidades de saúde e falta de estrutura para atendimento infantil.

Segunda a mãe de Ana Lívia, o caroço no pescoço no pescoço da filha começou a aparecer entre os dias 12 e 14 de maio – FOTO: Redes Sociais

Ana Lívia foi inicialmente levada ao PA do Maria Isabel no dia 7 de maio com sintomas de gripe, febre e vômito. Saiu medicada com dipirona. Nos dias seguintes, o quadro se agravou: surgiram feridas, febre persistente e um caroço no pescoço, que logo comprometeu os movimentos da menina. Mesmo com o inchaço e dores fortes, os pedidos da mãe por internação foram ignorados.

“Ela travou o pescoço, gemia de dor. Fiquei desesperada”, relatou Vitória.

No dia 14 de maio, a menina foi levada às pressas ao UPA, onde chegou a ser cogitada a hipótese de meningite. Durante a madrugada, foi transferida para a Santa Casa, onde recebeu diagnóstico de infecção bacteriana com inflamação dos gânglios do pescoço. Mesmo assim, foi liberada no dia seguinte sem antibiótico ou medicação prescrita, apenas com orientação para seguir tratamento caseiro.

Na sexta-feira seguinte (16), o quadro se agravou: febre de 39ºC, pescoço travado e dor intensa. A família voltou à UPA no dia 21, quando Ana Lívia foi, enfim, internada. A vaga hospitalar só foi viabilizada três dias depois, após apelos da mãe nas redes sociais e mobilização de vereadores da cidade.

Já internada na Santa Casa desde o dia 24, a menina segue sem a cirurgia necessária. Segundo a mãe, o cirurgião plantonista informou que só atende pacientes a partir de 13 anos e que o caso precisava de um cirurgião pediátrico, que até o momento não foi disponibilizado. A paciente foi inserida no sistema SIRESP para possível transferência, mas não há prazo para o encaminhamento.

Vitória ainda denuncia a precariedade da estrutura para o atendimento de crianças na unidade: “Não tem leito para mãe dormir, não tem banheiro com chave, nem privacidade. Minha filha toma antibiótico na veia sem saber ao certo o que tem. Dizem que é um abscesso, mas o caroço está duro e a pele, resistente. E ninguém faz nada.”

Nota da Santa Casa

Em resposta ao portal AssisCity, a Santa Casa de Assis informou, em nota, que:

“A paciente encontra-se em tratamento na ala Pediátrica, com acompanhamento de Médico Pediatra e equipe de Enfermagem. Tem recebido toda assistência hospitalar, com exames e medicamentos, conforme prescrição médica. A pedido do Médico Pediatra responsável, foi solicitada e está programada uma interconsulta para reavaliação de um Médico Especialista, possibilitando o prosseguimento do atendimento, de acordo com o protocolo e rede de atendimento acionada.”

A reportagem também procurou a secretária municipal de Saúde de Assis, Amanda Mailio, mas até o momento não obteve resposta. O caso continua sendo acompanhado, e esta matéria será atualizada com novas informações assim que forem disponibilizadas.

Matéria extraída do AssisCity

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