Javier Milei e a irmã, Karina Milei, festejam vitória na eleição — Foto: Agustin Marcarian/Reuters

Por Rodrigo Viudes

Após uma disputa acirrada nos últimos dias, a Argentina elegeu o deputado Javier Milei como novo presidente da república. Nas eleições deste domingo (19), ele obteve a maioria de votos ante seu concorrente, o ministro da Economia, Sérgio Massa.

O resultado é provisório, porém apurado após a contagem dos votos, em que pese o anúncio oficial que sairá nos próximos dias. Certo é que a Casa Rosada passará a ter um novo morador a partir de 10 de dezembro.

Deixa o poder o peronista Alberto Fernández e seu governo de esquerda e chega um ultraliberal como ideias pouco ortodoxas que, associada à grave crise financeira do país, arrastou a preferência da maioria nas urnas.

DISCURSO X PRÁTICA

Em sua campanha, Javier Milei defendeu ideias como a dolarização da economia argentina e o fechamento do banco central. Sua visão de governo, aliás, está disposta em três etapas a servem cumpridas em 35 anos.

Ao menos por enquanto, ele terá apenas quatro para tentar converter o discurso eleitoral em ações de governo. O primeiro entrave é político: ele tem apenas 38 deputados entre 257 e sete dos 72 senadores da república.

Ou seja, terá que compor uma base de apoio que lhe garanta governabilidade, cujo processo inclui concessões de espaço e cargos a políticos – sistema a que tanto criticou, mas agora terá de sujeitar-se para não inviabilizar seu mandato.

PRIMEIROS PASSOS

Com a vitória de Milei, há que se esperar como o mercado reagirá nos próximos dias. Estima-se que a valorização do dólar possa subir de tal modo a afetar dificultar a venda de produtos duráveis, por exemplo.

Ainda quanto às questões econômicas, resta saber se o presidente irá mesmo levar à frente o discurso de ruptura nas relações econômicas, seja com o Brasil, o maior parceiro da Argentina, e com a China, por questões ideológicas.

Até que chegue o dia da posse, o argentino terá refletido o suficiente pela escolha feita neste domingo (19) enquanto espera que o país faça uma guinada à sua crise – desta vez, à ultradireita da alternativa da vez.

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