Advertência foi direcionada para regiões da costa oeste do país asiático após tremor de magnitude preliminar de 7,4. Os moradores foram instados a deixar as áreas ameaçadas imediatamente.
A Agência de Meteorologia do Japão (JMA) emitiu nesta segunda-feira (01/01) um alerta de tsunami para as regiões costeiras ocidentais de Ishikawa, Niigata e Toyama. A JMA informou que a prefeitura de Ishikawa, na região de Noto, ao longo do Mar do Japão, foi atingida por uma série de terremotos que registraram magnitude preliminar de 7,4.
A agência divulgou um forte alerta de tsunami para Ishikawa, enquanto o restante da costa noroeste da ilha japonesa de Honshu recebeu alertas ou avisos de tsunami de nível mais baixo.
A emissora pública NHK alertou que as enxurradas poderiam chegar a 5 metros de altura e que ondas provenientes de tsunami menores já haviam sido confirmadas e atingido o litoral.
Na Rússia, os serviços de emergência da ilha de Sakhalin, no extremo leste do país, emitiram um alerta no qual dizem que a costa oeste “pode ser afetada por ondas de tsunami”.
A agência meteorológica da Coreia do Sul pediu aos moradores de algumas cidades da costa leste que ficassem atentos a possíveis mudanças no nível do mar.
Mais de 30 mil residências ficaram sem energia no Japão. No entanto, não houve relatos de danos ou feridos.
O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico (PTWC), nos EUA, alertou para a possibilidade de tsunamis perigosos em um raio de 300 quilômetros do epicentro do terremoto. A Prefeitura de Ishikawa já havia sido abalada por um terremoto de magnitude 6,3 no início de maio, quando uma pessoa morreu e 49 ficaram feridas.
O que se sabe até o momento
A região de Noto sofreu uma sequência rápida de tremores, começando com uma magnitude 5,7 por volta das 16h06 no horário local (4h06 no Brasil). Quatro minutos depois, ocorreu outro tremor, desta vez de magnitude 7,6, seguido por uma série de tremores mais fracos que duraram cerca de 90 minutos, segundas informações da JMA. Ao todo, a agência registrou 21 terremotos de magnitude 4,0 ou superior.
Há relatos de casas e construções destruídas em cidades da costa oeste do Japão, inclusive com pessoas presas embaixo de escombros, e com militares deslocados para iniciar procedimentos de resgate.
Conforme o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, não há, até o momento, registro de brasileiros afetados pelos tremores.
De acordo com relatos da imprensa japonesa, os edifícios balançaram em áreas próximas da capital, Tóquio. As emissoras mudaram para uma programação especial e fizeram apelos urgentes para que os moradores deixassem as regiões atingidas.
“Sabemos que a sua casa e os seus pertences são preciosos, mas suas vidas são ainda mais importantes. Dirijam-se para o lugar mais alto possível”, disse um apresentador da NHK aos telespectadores.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida , afirmou que o governo criou um centro especial de emergência para reunir informações sobre os terremotos e o tsunami e transmitir o mais rápido possível à população.
Durante ao menos quatro horas, as autoridades alertaram para a possibilidade de ondas de até 5 metros na região de Ishikawa. A previsão, no entanto, caiu para 3 metros. Para se ter uma ideia, as ondas que atingiram a usina nuclear de Fukushima, em 2011, chegaram a 15 metros.
Usinas nucleares não registram anormalidades
O governo do Japão informou que nenhuma anormalidade foi registrada nas usinas nucleares localizadas nas áreas atingidas pelos terremotos e também em estações próximas.
A Autoridade de Regulamentação Nuclear do Japão divulgou que a usina de Shika, em Ishikawa, mais próxima do epicentro do terremoto, já havia parado seus dois reatores para uma inspeção regular antes que os tremores ocorressem.
Em 11 de março de 2011 , um terremoto de magnitude 9,0 destruiu a principal fonte de energia da central nuclear de Fukushima Daiichi. O tsunami que se agitou inundou os geradores de emergência. Com isso, o combustível, em três dos seis reatores da instalação nuclear, superaqueceu, causando derretimento de seu núcleo.
Como resultado, ocorreram várias explosões, causadas pelo acúmulo de hidrogênio. As imagens das nuvens de fumaça radioativa sobre as usinas chamaram a atenção em todo o mundo. Partículas radioativas contaminaram mais de mil quilômetros quadrados, e mais de 160 mil moradores tiveram que deixar a região. Cerca de 18 mil pessoas morreram.
gb (AFP, AP, Reuters, dpa, rtr, ots)
Confira as imagens:
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