O anúncio pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, da construção de uma usina de biometano a partir da vinhaça da cana-de-açúcar, em parceria com a empresa indiana Raj Process Equipament and Systems, reforça a tradição brasileira em liderar a questão da transição energética mundial e a preocupação do governador com o desenvolvimento energético do país.

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Os resíduos agrícolas são fonte inesgotável de energia, segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, e podem dar uma contribuição importante para um mundo mais sustentável.

A produção de biometano a partir da vinhaça da cana-de-açúcar é uma solução inovadora e sustentável para o setor sucroenergético. A vinhaça, subproduto da produção de etanol, é rica em matéria orgânica e, quando submetida à biodigestão anaeróbica, gera biogás, do qual o biometano pode ser extraído. Esse combustível renovável possui alto poder energético e pode substituir o gás natural fóssil, reduzindo a dependência de combustíveis não renováveis e contribuindo para a descarbonização da matriz energética. Além disso, o processo minimiza os impactos ambientais da vinhaça, evitando a contaminação do solo e dos recursos hídricos quando descartada de forma inadequada.

“O setor agropecuário tem sido incansável na busca de um mundo mais sustentável para todos. Acreditamos que a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias, assim como parcerias com universidades e empresas que já dominam o processo, são o caminho para mostrar a importância do setor não apenas na transição energética, mas também no destino dos resíduos agrícolas”, explicou Meirelles.

Outro benefício significativo é o aproveitamento econômico e estratégico do biometano na agroindústria e no transporte. Usinas sucroalcooleiras podem utilizar esse gás para gerar eletricidade, alimentar caldeiras ou abastecer frotas de veículos, reduzindo custos operacionais e emissões de gases de efeito estufa. O excedente pode ser injetado na rede de gás natural ou comercializado, ampliando a competitividade do setor.

Dessa forma, a produção de biometano a partir da vinhaça não só transforma um passivo ambiental em um ativo energético valioso, mas também fortalece a economia circular e a sustentabilidade no agronegócio.  

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