Uma jornada científica está lançando luz sobre a real situação do mais emblemático rio paulista: o Tietê. Até esta sexta-feira (13), uma expedição ambiental inédita percorre cerca de 1.030 quilômetros da nascente à foz do rio, com o objetivo de diagnosticar a saúde das águas e alertar a sociedade para a urgente necessidade de preservação ambiental.

Com passagens por 15 municípios, a expedição envolve pesquisadores de universidades como UFABC, Unifesp, USP, UFSCar e USCS, além do Projeto IPH. As análises envolvem qualidade da água, presença de microplásticos, pesticidas, resíduos de medicamentos e emissões de gases de efeito estufa. O impacto da degradação ambiental nos ecossistemas aquáticos é um dos focos principais do trabalho.

Nesta quarta-feira (11), a equipe segue por Botucatu, Barra Bonita e Bariri. Até o fim do trajeto, também serão visitadas cidades como Ibitinga, Promissão e Pereira Barreto. A ação, além de científica, é educativa: visa engajar a população na causa da água limpa, com ações de conscientização ao longo do percurso.

“A expedição é uma resposta concreta à estagnação da qualidade das águas do Tietê, que persiste há anos pela ausência de políticas públicas eficazes, saneamento básico e fiscalização ambiental”, destaca o geógrafo Gustavo Veronesi, da SOS Mata Atlântica. “O monitoramento constante é essencial, mas precisamos de mais do que isso. É hora de transformar o conhecimento em ação.”

Os dados levantados serão apresentados à sociedade em 22 de setembro, Dia do Rio Tietê, com o objetivo de fortalecer políticas públicas e pressionar por mudanças reais na gestão hídrica do estado de São Paulo.

A iniciativa também reforça o papel histórico da Fundação SOS Mata Atlântica, que há três décadas atua no monitoramento do Tietê por meio do programa “Observando os Rios”, uma das maiores redes de ciência cidadã do país, com mais de 20 mil voluntários mobilizados.

O alerta está dado: salvar o Rio Tietê é salvar parte essencial do equilíbrio ambiental de São Paulo. A expedição convida toda a sociedade a refletir e agir — porque cuidar da água é cuidar da vida.

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