Invenção será usada no monitoramento do Rio Tietê e levou equipe à final mundial de robótica, nos Estados Unidos
Um grupo de jovens talentos do Sesi de Barra Bonita (SP) está chamando a atenção do Brasil – e agora, do mundo – com uma criação inovadora, sustentável e de baixo custo: um coletor ecológico de água que será utilizado no monitoramento do Rio Tietê, em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica.
O equipamento, desenvolvido durante uma competição de robótica educacional, substitui com eficiência dispositivos caros e importados, como a garrafa de Van Dorn e redes especializadas, que juntos chegam a custar até R$ 12 mil. A solução criada pelos estudantes tem custo muito menor e a mesma eficácia.
“Conseguimos separar amostras de água e fitoplâncton com precisão, usando uma divisória e uma rede filtrante de 20 micra. O processo é simples, prático e acessível para os pesquisadores”, explicou o aluno Luiz Felipe Petrizzi.
O projeto nasceu dentro do laboratório da escola, mas ganhou força na prática, durante uma coleta real de água no Rio Tietê. Foi nesse momento que os alunos puderam testar a eficiência do coletor e comprovar sua aplicabilidade em campo.
Ciência com propósito
Ao escolherem trabalhar com a coleta de fitoplâncton — microalgas invisíveis a olho nu — os alunos encararam o desafio de encontrar uma solução viável para um problema real: a inacessibilidade dos instrumentos utilizados por pesquisadores ambientais.
“Descobrimos que os equipamentos usados atualmente são muito caros, importados e feitos com materiais não ecológicos. Com isso, criamos algo mais sustentável e acessível para todos”, explicou o aluno Antonio Carvalho Vettorazzo.
Sob orientação da educadora Ana Maria Papili Pagini, a equipe mergulhou em entrevistas com especialistas, pesquisas técnicas e testes práticos. O resultado surpreendeu os jurados do torneio nacional de robótica, onde o grupo conquistou o 2º lugar e garantiu vaga na etapa mundial, que será realizada nos Estados Unidos.
Do laboratório para o mundo
Mais do que uma premiação, os estudantes agora veem sua invenção ganhando função prática e impacto social.
“Nosso coletor pode ser usado em rios e mares, ajudando a avaliar salinidade, pH e outros indicadores que influenciam diretamente na saúde da população e dos ecossistemas. É uma forma de usar a ciência para proteger a vida”, destacou a aluna Alice Capeloci de Oliveira.
A iniciativa já será aplicada nas análises de água do Rio Tietê, em Barra Bonita, com apoio da SOS Mata Atlântica. Para os educadores, o projeto é um exemplo concreto de como a educação em ciência e tecnologia pode gerar soluções transformadoras.
“O Sesi investe em ciência, tecnologia e em ideias que olham para o futuro do planeta. Este projeto não resolve apenas um problema técnico. Ele aponta caminhos para salvar o meio ambiente”, finalizou a orientadora Ana Maria.