Em meio ao colapso ambiental silencioso que atinge o Rio Tietê, prefeitos de 67 municípios e autoridades estaduais se reuniram nesta terça-feira (6), a bordo de um navio em Barra Bonita (SP), para discutir soluções contra o avanço descontrolado dos aguapés, algas que já ameaçam a navegação, a pesca e o turismo em um dos rios mais importantes do país.

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O encontro foi organizado pelo Grupo de Fiscalização Integrada das Águas do Rio Tietê (GFI-Tietê) e marcou o lançamento da operação “Algae-Tietê”, com ações emergenciais para tentar conter o desastre ecológico em curso. A proliferação das plantas aquáticas, causada principalmente pelo despejo de esgoto in natura e pela alta das temperaturas, virou um alerta vermelho para o interior paulista.

“Tem cidade que não trata um litro de esgoto sequer”, denunciou o jornalista e empresário Carlos Nascimento, anfitrião do evento. “É inaceitável. A situação exige ação, não discurso!”

Fiscalização intensificada e multas milionárias
Desde o início das ações do GFI, quase 4 mil quilômetros do rio foram vistoriados, resultando em mais de 80 autos de infração por crimes ambientais como desmatamento ilegal. A Polícia Ambiental já aplicou R$ 225 mil em multas, e a CETESB inspecionou 14 Estações de Tratamento de Esgoto e seis empresas, com coleta de amostras para análise da água.

Entre as medidas em curso está o vertimento controlado de macrófitas na barragem de Barra Bonita, para desobstruir o canal de navegação, além do uso de sondas para monitorar a qualidade da água. O governo estuda a instalação de barreiras de contenção para evitar novos bloqueios.

Pressão sobre prefeituras
A reunião terminou com um apelo direto às cidades presentes: aderirem imediatamente ao GFI-Tietê e ampliar a rede de fiscalização. A omissão de alguns municípios, segundo os organizadores, tem acelerado o desequilíbrio ambiental.

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