O Dia Mundial da Luta Contra a AIDS, celebrado em 1º de dezembro, é mais do que uma data para conscientizar sobre a prevenção e o tratamento do HIV. É uma oportunidade para refletirmos sobre o impacto emocional e social que esse diagnóstico provoca nas pessoas que vivem com o vírus e em suas famílias.
Este artigo traz informações que merecem sua atenção e oferece dicas valiosas para apoiar quem enfrenta essa realidade, promovendo saúde, acolhimento e respeito.
O impacto do diagnóstico no coração da família Receber um diagnóstico de HIV ainda é um momento marcado por medo, preconceito e incertezas, tanto para a pessoa diagnosticada quanto para seus familiares.
Pais, filhos, cônjuges e amigos próximos muitas vezes enfrentam um turbilhão de emoções: preocupação com o futuro, dúvidas sobre como oferecer apoio e, em alguns casos, a dificuldade de lidar com a desinformação e o estigma social. Muitas famílias se veem desafiadas a repensar suas dinâmicas, seus preconceitos e a forma como lidam com o cuidado e o acolhimento.
A primeira reação pode ser o choque ou a negação, mas é na compreensão e na empatia que a força para enfrentar essa jornada é construída. O cenário em Marília e região De acordo com a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Marília, houve um aumento de 25% no número de pacientes diagnosticados com HIV em 2024. Esse dado, referente ao período entre janeiro e outubro, reflete um alerta sobre a necessidade de reforçar ações de prevenção e conscientização na região.
O crescimento demonstra a urgência em ampliar o acesso à testagem, ao tratamento e à informação, além de combater o estigma associado à doença. Cuidar é um ato de amor O cuidado de alguém com HIV vai muito além do acompanhamento médico. Ele passa pela escuta ativa, pela validação dos sentimentos e pela garantia de que essa pessoa não está sozinha.
É essencial que a família se informe, buscando conhecimento sobre o tratamento e as formas de prevenção, e também cuidando de si mesma nesse processo. A jornada de cuidar envolve respeitar o tempo do outro, acolher suas dores e celebrar suas conquistas.
O apoio familiar tem um papel fundamental no sucesso do tratamento, que, hoje, permite que pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável. Com o avanço da medicina, o tratamento com antirretrovirais reduz a carga viral a níveis indetectáveis, o que significa que o vírus não pode ser transmitido.
A PrEP como aliada na prevenção Entre as estratégias de prevenção ao HIV, a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) destaca-se como um avanço significativo. Trata-se de uma medida preventiva em que medicamentos antirretrovirais são tomados diariamente por pessoas que não vivem com o HIV, mas que possuem maior risco de exposição ao vírus.
A PrEP é altamente eficaz, reduzindo em mais de 90% o risco de infecção pelo HIV por via sexual e em mais de 70% entre usuários de drogas injetáveis, desde que seja utilizada de forma correta e consistente.
Disponível gratuitamente no Brasil pelo SUS, a PrEP oferece uma camada extra de proteção, especialmente para grupos mais vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, profissionais do sexo, e casais sorodiferentes (quando um dos parceiros vive com HIV e o outro não).
Embora a PrEP não substitua o uso do preservativo — que continua essencial para prevenir outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) — ela simboliza um avanço notável no conceito de prevenção combinada, fortalecendo as possibilidades de um cuidado mais completo e acessível.
A importância de falar sobre prevenção em família Conversar sobre saúde sexual e prevenção dentro de casa é um gesto que salva vidas. Incentivar o uso de preservativos, a realização de testes regulares e a adesão a estratégias como a PrEP não deve ser um tabu, mas um compromisso com o bem-estar de todos.
A educação sexual não é apenas uma questão de prevenção do HIV; é sobre criar um ambiente onde os jovens e adultos se sintam seguros para dialogar e buscar ajuda.
Quebrando preconceitos, construindo pontes O preconceito ainda é uma das maiores barreiras enfrentadas pelas pessoas vivendo com HIV. Para muitas famílias, o desafio maior não está no vírus, mas na discriminação e na falta de informação. É fundamental reforçar que o HIV não define o valor de ninguém. Cada pessoa merece respeito, dignidade e amor, independentemente de sua condição.
Ao derrubar barreiras e construir pontes de diálogo, as famílias criam uma rede de apoio onde a força para enfrentar os desafios é compartilhada. Esse ambiente de acolhimento ajuda não apenas quem vive com HIV, mas também todos ao redor, promovendo um sentimento de união e solidariedade.
Um chamado ao cuidado coletivo Neste Dia Mundial da Luta Contra a AIDS, convidamos você a olhar para essa causa com um coração acolhedor. Seja por meio do apoio emocional, da busca por informações ou da conscientização sobre a importância da prevenção, cada gesto faz a diferença. “Lutar contra o HIV é um ato de humanidade. É acolher sem julgamentos, oferecer apoio em todas as etapas e construir uma sociedade onde ninguém seja definido por uma condição de saúde.
Que possamos, juntos, espalhar amor e informação, porque cuidar é a forma mais genuína de transformar vidas.” – Cris Silva