Painéis “Campo Futuro” realizados em Pilar do Sul, Piraju e Urupês indicam a mão de obra como item que mais onera o produtor. Questões climáticas e de oscilações de preços também preocupam
Os levantamentos mais recentes realizados junto a produtores rurais e demais agentes da cadeia produtiva, por técnicos da CNA, UFLA e FAESP, no estado de São Paulo, aconteceram para a uva, em Pilar do Sul, abacate, em Piraju, e limão, em Urupês. Os sindicatos rurais tiveram papel fundamental na execução desse trabalho reunindo um grupo de produtores experientes e muito participativos.
“Os painéis de custo levantam e compartilham informações técnicas e econômicas que auxiliam os produtores a identificarem e analisarem os custos envolvidos, como também os principais gargalos associados à atividade. São importantes subsídios para o planejamento e tomada de decisões, que podem resultar na obtenção de melhores margens e produtividade”, diz Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
A seguir, um apanhado das principais informações levantadas.
Uva: em Pilar do Sul, o perfil de propriedade mais comum na região dedicada ao cultivo da uva foi definido como uma área produtiva de 1,5 hectares, com sistema de produção não irrigado e manejo semimecanizado. A informação de uma menor produtividade média dos parreirais, resultante da ocorrência de geadas e maior incidência de pragas e doenças, somada ao cenário de baixos preços recebidos pela fruta resultaram em margens negativas para a atividade. Diante do desafio de custos de produção mais altos, além de redução na área plantada, os produtores relataram uma tendência na substituição das variedades de uva com semente, tradicionalmente cultivadas na região (Itália, Benitaka, Red Globe e Núbia), pelas variedades sem semente, vez que estas geralmente remuneram melhor o produtor.
Abacate: na cidade de Piraju,segundo os produtores participantes do painel, a variedade Hass é a mais plantada na propriedade modal definida com 45 hectares, ocupando cerca de 50% do pomar. O restante da área é ocupado pelas variedades tropicais Fortuna (20%) e Margarida (30%). O sistema de cultivo não irrigado predomina na maior parte dos pomares, contudo, foi relatado que a irrigação vem gradativamente ganhando mais área como estratégia para reduzir os riscos. Na análise pontual do levantamento, os resultados indicaram retorno positivo da atividade no curto e médio prazo.
Limão: no município de Urupês,as informações de custo de produção foram levantadas para uma propriedade com 15 hectares e produtividade média de 1.190 caixas de 27,2 kg por hectares, a qual é majoritariamente conduzida por agricultores familiares. As altas despesas com a mão de obra e os insumos contribuíram para um aumento expressivo do custo operacional efetivo em comparação ao último levantamento feito em 2022. Como boa parte das vendas é feita através de intermediários, a remuneração mais baixa recebida pela fruta, na ocasião do painel, somada a um cenário de menor produção, não gerou receita suficiente para cobrir todos os desembolsos do ciclo produtivo, o que indica potencial descontinuidade da atividade no curto prazo.
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