Status sanitário abre portas para novos mercados e reforça a biossegurança da pecuária nacional
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu oficialmente, nesta quinta-feira (29), o Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação, durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados, realizada em Paris. A conquista representa um divisor de águas para a pecuária brasileira, consolidando décadas de investimentos em sanidade animal e vigilância agropecuária.
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O novo status sanitário coloca o Brasil em um patamar privilegiado no comércio internacional de carne bovina, abrindo mercados até então restritos, como Japão, Coreia do Sul e parte da União Europeia, que exigem o reconhecimento internacional da ausência da doença sem uso de vacina.
A cerimônia em Paris contou com a presença de representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), como o presidente João Martins, da vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), senadora Tereza Cristina, e do presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, entre outras lideranças do setor.
Resultado de um esforço coletivo
Em nota oficial, a CNA destacou que a certificação é fruto de um trabalho técnico e coordenado entre o setor público e privado, iniciado há mais de 60 anos e intensificado com o lançamento do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), em 2017.
O plano previu a retirada gradual da vacina nos estados, baseada em estudos soroepidemiológicos que demonstraram a não circulação do vírus. Mesmo sem a vacinação, o Brasil continuará com ações rigorosas de vigilância e controle sanitário, e a notificação precoce de qualquer suspeita continua sendo papel fundamental dos produtores.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) avaliou o reconhecimento como “um marco para a pecuária brasileira”, e ressaltou que a medida reforça a competitividade do Brasil no cenário global, ao lado de países como Estados Unidos e Austrália.
Impacto no agronegócio brasileiro
A febre aftosa é uma das doenças mais temidas da pecuária mundial devido ao seu alto poder de disseminação e impacto econômico. Sua erradicação sem vacinação demonstra o nível de biossegurança, rastreabilidade e sustentabilidade que o Brasil atingiu em sua cadeia de produção de carne bovina, suína e caprina.
A nova certificação internacional deve aumentar o valor agregado da carne brasileira e melhorar as condições de exportação, beneficiando diretamente produtores rurais, frigoríficos e cooperativas, além de impulsionar a economia das regiões produtoras.
Reconhecimento e agradecimento
A conquista foi celebrada por representantes do setor agropecuário e entidades como a CNA, ABCZ, Sebrae, Sistema Faesp/Senar, federações e sindicatos rurais. Também foi destacado o papel do Exército Brasileiro, na proteção das fronteiras, e dos serviços veterinários estaduais e federais, fundamentais na vigilância sanitária.
Tirso Meirelles: “Uma vitória coletiva que exalta a força do agro brasileiro”
Para Tirso Meirelles, que esteve presente no evento em Paris, o reconhecimento internacional é resultado de mais de 60 anos de trabalho incansável, marcados pela dedicação de milhares de produtores rurais e pela união de instituições públicas e privadas em torno de um objetivo comum: erradicar a febre aftosa e elevar o padrão sanitário da pecuária nacional.
“Essa conquista é fruto da dedicação de milhares de produtores rurais e da união de instituições e lideranças que acreditaram nesse caminho. É uma vitória coletiva e representa a força do Brasil que produz com responsabilidade e amor pelo campo”, destacou Meirelles.
O presidente do Sistema Faesp/Senar também registrou agradecimentos a lideranças que contribuíram ao longo da trajetória, como João Carlos de Souza Meirelles, Sebastião Guedes, Fábio de Salles Meirelles, João Martins (CNA), Manoel Henrique (Sebrae-SP), Pedro Camargo, a ministra Tereza Cristina, ABCZ, Emílio Salane, Juvelino Mineiro, e, em memória, Ovídio Brito.
Meirelles ainda ressaltou o papel estratégico do Exército Brasileiro, na proteção das fronteiras, e a importância dos sistemas estaduais e federais de defesa agropecuária, além do trabalho contínuo do Senar, federações e sindicatos rurais. “Esse reconhecimento fortalece nossas cadeias produtivas de bovinos, suínos e caprinos, e projeta o Brasil entre os principais players globais com alto padrão de biossegurança, rastreabilidade e sustentabilidade”, concluiu.