Um homem e uma mulher se encontram. São pessoas maduras. Conseguiram enxergar seus traumas, responder a eles de forma inteligente, conseguem ter um relacionamento bom, leve, confiável, consistente. A mulher engravida. Ambos se preparam psicologicamente, conversam de forma muito transparente, para que se entendam. O homem precisa entender a mulher, a mulher precisa entender o homem. Ambos se ajudam em suas fraquezas.

Quando o filho chega, ambos descobrem novos traumas. O homem replica, sem perceber, os comportamentos do pai. A mulher mergulha em comportamentos que viu na mãe, quando era criança. Os dois percebem estes padrões. Se ajudam mutualmente. Estão rodeados de familiares, amigos, terapeutas, todos fazendo o mesmo caminho para um amadurecimento, uma auto consciência saudável.

O filho cresce envolto em amor. Sem traumas. Traumas são causados por todas as trocas que sejam menos do que significativamente amorosa. Estes pais sabem disso, amam o filho não apenas da boca pra fora. Amam com atitudes, gestos, respeito, presença, atenção. Estão descansados, calmos. Eles têm uma leveza como se soubessem do privilégio que vivem. Eles conseguem perceber o engraçado, o absurdo, o divertido que é criar um outro ser humano. A criança cresce e está pronta para encarar a escola, o desconhecido, o mundo.

Criar filhos é como dobrar aviões de papel.

Podemos dobrá-los perfeitamente, cuidadosamente, ler livros sobre dobrar aviões de papel, fazer cursos, dobrar aviões de papel por toda a vida; contudo, existem intempéries.

O tempo tem seus caprichos e os sopros do vento são imprevisíveis. Para onde levarão nossos filhos não importa. Se estiverem fortalecidos pelo nosso amor, voarão para lugares que jamais imaginamos. A perder de vista. Felizes.
 

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