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Devido aos nossos telefones nos acompanharem constantemente, é extremamente comum ver pessoas segurando seus celulares nas fotos de hoje em dia. Eles estão presentes em todos os lugares. Muitos de nós até dormimos com nossos telefones ao lado e somos despertados por eles. Nossos telefones nos rastreiam completamente, desde o sono até as atividades diárias, com a desculpa de estarem sempre à mão em caso de emergência.
Confesso que sou um viciado nessa tecnologia. Os supostos benefícios maravilhosos que ela oferece nos levam a um hábito prejudicial de verificar e-mails, mídias sociais e mensagens a todo momento. Isso nos distrai do momento presente, nos envolvendo em um mergulho superficial e temporário no conhecimento.
A pesquisa também revela que mais da metade das pessoas (54%) admite verificar seus smartphones minutos após acordarem em uma manhã típica. É quase como se levantassem e o primeiro olhar fosse direcionado à tela do celular, em busca das famosas mensagens de “bom dia” em gifs e figurinhas totalmente fúteis.
Além disso, a pesquisa mostra que 73% das pessoas verificam seus e-mails e mídias sociais antes ou depois de suas práticas espirituais matinais, como oração, meditação e leituras diárias. Esse é um grande problema! Como disse John Piper, renomado teólogo contemporâneo: “Sinto que preciso ser salvo todas as manhãs. Eu acordo e o diabo está sentado na minha cara.”
Estamos percebendo que esse mau hábito influencia nosso dia, molda nossos impulsos e nos impede de focar em nossos objetivos pessoais. Deixamos de lado nosso tempo em família, seja como pais ou filhos, maridos ou esposas, tudo para mergulhar na realidade virtual do celular.
Como seres humanos, estamos sempre em busca de novidades. Como diz a piada: “Posso contar uma fofoca?”. O colega responde: “Não, mas conta mesmo assim!”. Mas que novidades podemos encontrar ao abrir um aplicativo que ficou “dormindo” durante a noite toda? Como podemos trazer isso para nossas vidas, quando está claro que isso faz mal para nós como indivíduos, prejudica a educação de nossos filhos e é prejudicial para a sociedade como um todo?
Muitas vezes, pensamos demais e, por falta de objetivos pessoais claros e propósitos definidos, sentimos a necessidade de preencher cada momento com algo. É exatamente isso que a indústria do entretenimento tem feito, seja por meio de filmes em plataformas de streaming, fotos e vídeos em redes sociais ou conteúdos estranhos que visam atrair nossa atenção.
Homens e mulheres estão sendo atraídos pelo vazio, pelo passageiro e pelo fútil, onde o ter se tornou mais importante do que o ser. O fazer está sendo substituído pelo pagar, e assim, um ciclo virtuoso se transforma em um círculo vicioso extremamente perigoso e prejudicial.
Estamos abandonando nossas rotinas de sermos bons maridos, pais e filhos para nos dedicarmos à falta de conexão real. Estamos nos conectando com objetos ao invés de expressarmos nossos verdadeiros sentimentos, mesmo estando no mesmo ambiente, sala, quarto, cozinha ou área de lazer.
Por um momento, pare e reflita sobre suas atitudes em relação aos seus entes queridos. Você tem demonstrado amor, alegria, aliança e felicidade ao estar ao lado deles? Ou simplesmente está deixando os dias passarem sem deixar um legado em suas vidas?
É urgente repensarmos os valores e princípios familiares, como honrar pai e mãe, cuidar dos filhos, proporcionar educação em casa e ser educado fora dela, proteger a dignidade humana, promover a solidariedade, entre outros.
Acredito que podemos melhorar, desde que acreditemos e pratiquemos. A tríade “Fazer, Ser, Ter” é uma dica valiosa. Primeiro, devemos fazer (estudar, trabalhar, conquistar, dar), depois nos tornamos alguém (marido, pai, profissional, “doutor”) e, por último, adquirimos coisas materiais. Cuide das pessoas e tenha coisas.
Desejo a todos uma ótima semana na Graça.
Valcelí Leite
Teoterapeuta – Terapeuta Familiar Sistêmico – Pastor Atendimento a casais e famílias que passam por problemas e dificuldades momentâneas e situações fora de seu controle.
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¹Tony Reinke ( @tonyreinke ) é professor sênior de Desiring God, apresentador do podcast Ask Pastor John e autor de God, Technology, and the Christian Life (2022). Ele mora na área de Phoenix com sua esposa e três filhos.
