Olá, queridas leitoras,

Por Juliana Farah

Hoje gostaria de falar com vocês sobre um assunto delicado, que todas nós conhecemos e
que tem sido historicamente e culturalmente atribuído de forma desproporcional às
mulheres. Estou me referindo a responsabilidade do cuidado.

Um tema sensível para todas nós, pois molda nossas experiências e impacta profundamente
nossas trajetórias pessoais e profissionais.

Desde a infância, as meninas são ensinadas a assumirem papéis de cuidadoras, enquanto
os meninos são incentivados a trilharem caminhos de construção e competição. A divisão
tradicional do trabalho doméstico, com as mulheres assumindo a maior parte das tarefas de
cuidado, perpetua essa desigualdade.

A sobrecarga de tarefas, comum entre as mulheres, limita suas oportunidades de carreira,
levando a diferenças salariais e a uma menor representação em cargos de liderança, como
já falamos neste espaço. Além disso, o acúmulo de responsabilidades (simultaneamente)
causa esgotamento físico e emocional das mulheres, aumentando o risco de doenças.
A invisibilização do trabalho de cuidado tem um impacto negativo na economia, pois
subestima o valor desse encargo e impede que as mulheres participem plenamente do
mercado de trabalho.

Em pleno século 21, porém ainda com costumes seculares permeando a sociedade, é
preciso fomentar e fortalecer redes de apoio para tirar a mulher da invisibilidade. Como disse
no início é um assunto delicado, mas há maneiras de revertermos o quadro da
responsabilidade do cuidado imposto exclusivamente às mulheres.
Reconhecer e valorizar o trabalho de cuidado, seja ele realizado dentro ou fora de casa.
Criar políticas públicas que promovam a igualdade de gênero e facilitem a conciliação entre
vida profissional e pessoal das mulheres. E educar crianças e adolescentes para que
compreendam a importância da igualdade de gênero e a divisão justa das tarefas
domésticas.

A Comissão Semeadoras do Agro mantém-se firme com o propósito de oferecer palestras,
viabilizar reuniões, falar de empreendedorismo, autoestima, autocuidado, dentre outros
temas que promovam o bem-estar e a dignidades das mulheres do campo.


Com carinho,
Juliana Farah, vice-presidente da Comissão Semeadoras do Agro da Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp)

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