A descoberta do paleontólogo mariliense William Nava foi destaque mundial esta semana, com seu achado de um fóssil de ave pré-histórica ocupando a capa da revista científica Nature, uma das mais renomadas publicações científicas globais. O fóssil, identificado como Navaornis hestiae, representa um elo crucial na evolução das aves, conectando espécies primitivas às modernas, e reforça o papel do Brasil na paleontologia internacional.
O fóssil foi encontrado em 2015 na pedreira William (William’s Quarry), localizada no Ponto 1 do Sítio Paleontológico José Martin Suárez, em Presidente Prudente. Trata-se de um crânio tridimensionalmente preservado, pertencente a um pássaro enantiornite que viveu há aproximadamente 80 milhões de anos. Desde 2004, Nava explora o local, e as escavações que revelaram o fóssil foram conduzidas em 2015.
📲 Participe do canal Fala Marília no WhatsApp
A identificação detalhada da estrutura óssea ocorreu apenas em 2018, quando Nava, no laboratório do Museu de Paleontologia de Marília, encontrou indícios de um crânio com bico, órbitas e outras estruturas preservadas.
Para Nava, o achado foi uma grande surpresa. “Foi uma grande surpresa, me deparar com ossinhos de morfologia diferente, formando um crânio, contendo inclusive o bico preservado, as órbitas e outras estruturas ósseas, preservado em 3D. Crânios fósseis são muito raros de se encontrar nas rochas sedimentares de idade Cretácea do Brasil, portanto esse achado foi especial”, comentou.
O nome científico do fóssil, Navaornis hestiae, homenageia o paleontólogo e diretor do Museu de Paleontologia de Marília, enquanto o epíteto específico faz alusão a Héstia, deusa grega da arquitetura. A espécie reflete a dualidade entre o antigo e o moderno, com um crânio arcaico, mas estrutura craniana que se assemelha a aves atuais.
As contribuições de Nava têm elevado a relevância científica de Marília e se tornado um atrativo turístico no Museu de Paleontologia local. “As descobertas de Nava são um patrimônio de Marília e atraem visitantes interessados em conhecer o período pré-histórico do Brasil”, afirmou o secretário municipal de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Nelson Mora.
Para o prefeito de Marília, Daniel Alonso (PL), o reconhecimento na Nature consolida o protagonismo da cidade em áreas essenciais como ciência, saúde, educação e artes.
“Estar na capa da Nature, a revista científica mais citada do mundo, é algo extremamente relevante e que merece ser enaltecido pelas atuais e futuras gerações”, destacou.