Olá, queridas leitoras,

Por Juliana Farah

Hoje gostaria de falar com vocês sobre nossa liderança, construída a partir de vivências e
experiências, e que foi comprovado através do Censo do IBGE. Porém, uma liderança onde
muitas de nós não são reconhecidas e valorizadas como deveriam.

Trago números para observamos juntas a disparidade e as dificuldades a nós impostas por
uma cultura secular que nos impõem diversos obstáculos.

O IBGE constatou no levantamento mais recente, de 2022, que 49,1% das mulheres chefiam
lares brasileiros, ante 38,7% do último levantamento de mais de uma década atrás, em 2010.
São percentuais grandes que foram traduzidos por especialistas como resultados de
transformações sociais e a crescente inserção feminina no mercado de trabalho, ainda que
as desigualdades de oportunidade, emprego e renda persistam no Brasil.

Esse dado revela que as mulheres assumem cada vez mais um papel central e de
provedoras nas famílias brasileiras e é justamente sob este aspecto que me debruço e que
temos conversado neste espaço.

Temos mais mulheres estudando e responsáveis economicamente, ao mesmo tempo em
que cuidam de seus lares e de outras pessoas do núcleo familiar (dupla jornada), mas, ainda
assim, ocupam poucos espaços de poder e decisão. Para se ter uma ideia somos minoria
na política (apenas 20% de mulheres na Câmara dos Deputados), em cargos gerenciais
(39,3%) e no campo apenas 19% das propriedades são comandadas por mulheres.

Para além de nos capacitarmos (há cada vez mais mulheres formadas do que homens), é
fundamental a implementação de políticas mais eficazes e envolvimento da sociedade civil
com ações que promovam a igualdade de gênero e oportunizem mais acesso a ferramentas,
recursos e outras condições para conciliação entre vida profissional e pessoal da mulher.

Não é por acaso que a Comissão Semeadoras do Agro tem oferecido palestras, viabilizado
reuniões e tem falado tanto em instrução, empreendedorismo, autoestima, regularização de
negócios, tecnologia e outros temas que além de conduzirem à autonomia financeira,
asseguram acesso à informação e à cidadania.

Reverter o quadro da “invisibilidade feminina”, seja na vida privada, seja na vida pública,
requer uma rede de apoio sólida, consistente e de engajamento.

Contem com as Semeadoras do Agro para isso.

Com carinho,
Juliana Farah, vice-presidente da Comissão Semeadoras do Agro da Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp)

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