Estudo do CIEAM mostra que um dos destaques do primeiro semestre da Zona Franca de Manaus (ZFM) foi a produção de ar-condicionado, com crescimentos que vão de 169% a 1188% no condensador e no evaporador de ar split, respectivamente
Desde 1950, o Brasil não enfrentava uma seca tão grave. E uma das consequências desse cenário foi uma demanda cada vez maior por soluções de climatização. Isso é o que mostra o PEA (Painel Econômico do Amazonas), levantamento realizado pelo CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), com informações relevantes sobre a atividade da ZFM. Esse estudo aponta que, no primeiro semestre deste ano, os aparelhos de ar-condicionado como condensadores de ar, evaporadores de ar slip e condicionadores de ar de janela, tiveram um aumento impressionante de produção em Manaus (AM), variando entre 169% e 1188%.
📲 Participe do canal Fala Marília no WhatsApp
“A combinação devastadora de seca histórica e temperaturas recordes têm elevado a demanda por ar-condicionado a patamares sem precedentes em componentes como condensadores e evaporadores de ar split”, observa Luiz Augusto Rocha, presidente do CIEAM. “Este fenômeno reflete não apenas a necessidade urgente de climatização, mas também a crescente consciência das mudanças climáticas entre os consumidores”, acrescenta.
Paralelamente, o setor de Informática na região também mostra sinais claros de recuperação e crescimento. O faturamento dos aparelhos de informática produzidos na ZFM em junho aumentou 29,24% em comparação com o mesmo período de 2023, impulsionado pela renovação da confiança dos consumidores e pelo investimento contínuo em novas tecnologias.
Geração de empregos
O setor de duas rodas reafirmou otimismo de contratação para o segundo semestre com a geração de 19.821 empregos formais em junho de 2024, um crescimento notório de 12,41% em comparação a junho de 2023 com 17.633 postos de trabalho. “Esses números trazem otimismo, pois o histórico mostra que quando as empresas do PIM aumentam os empregos é porque estão preparando forte acréscimo na produção”, comemora o presidente.
O setor de informática no país não só recuperou os níveis pré-pandemia, como os superou substancialmente. O crescimento do setor foi particularmente notável em junho de 2024, com aumento em torno de R$ 1 bilhão no faturamento da ZFM em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em junho de 2024 foram mais de R$ 4 bilhões, versus R$ 3,17 bilhões em relação a junho de 2023. Esse aumento é visto como um indicativo da recuperação da confiança do consumidor e do investimento empresarial em tecnologia.
Tal crescimento nos setores Eletrônico e de Informática ajudou a impulsionar a criação de empregos formais no Amazonas, que alcançou um marco significativo em junho. Segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), administrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Amazonas registrou mais de 30 mil postos de trabalho nesses setores, com crescimento de 3,39% em relação ao mesmo período de 2023.
Este avanço indica não só o dinamismo econômico dessas indústrias, mas também a capacidade de gerar empregos sustentáveis em um mercado tecnológico em expansão. Em junho, o Amazonas registrou o total de 536 mil empregos formais, com acréscimo de 5.199 ante abril, com crescimento de 2,03% em relação a maio deste ano e 3,39% quando comparado com junho de 2023.
Sobre o PEA
O Painel Econômico do Amazonas é uma análise da conjuntura econômica do Amazonas elaborada mensalmente pelo CIEAM com base em informações públicas de instituições como IBGE, Suframa, ComexStat e Abraciclo, além de utilizar dados oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego. O principal dado disponível para análise é o IBCR-AM, número-índice publicado mensalmente pelo Banco Central como versão regionalizada do IBC-Br, a estimativa mensal do PIB brasileiro. O Banco Central compõe o IBCR-AM pelos resultados das pesquisas mensais efetuadas pelo IBGE, incluindo os principais setores da economia: Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária.
Sobre o CIEAM
O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) é uma entidade empresarial com personalidade jurídica, ligada ao setor industrial, que tem por objetivo atuar de maneira técnica e política em defesa de seus associados e dos princípios da economia baseada na Zona Franca de Manaus (ZFM).
Implementada pelo governo federal em 1967, com o objetivo de viabilizar uma base econômica no Amazonas e promover melhor integração produtiva e social entre todas as regiões do Brasil, a Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento regional bem-sucedido que devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz.
Atualmente, são 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), que geram mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos, e garantem a preservação de 97% da cobertura florestal do Amazonas. Em 2023, movimentou mais de 172,6 bilhões.