Após trabalhar por 17 anos para multinacionais da indústria de games, André Nunes Fauri decidiu empreender em 2014. Para realizar o sonho de ter o próprio estúdio de desenvolvimento de jogos eletrônicos, ele conta que abriu mão de um cargo de prestígio em uma das principais distribuidoras de games casuais do mundo e rejeitou uma oferta tentadora para trabalhar nos Estados Unidos. 

“É um negócio que eu vinha pensando há bastante tempo. Eu falava: ‘seria legal se, ao invés de vender os jogos dos outros, eu começasse a fazer meus próprios jogos’. Foi aí que eu fundei a Gameplan”, lembra.

O objetivo inicial do fundador e CEO da Gameplan Studio, que fica em Fortaleza (CE), era que a empresa desenvolvesse os próprios jogos, mas o negócio acabou indo por outro caminho. “Eu comecei a ver uma oportunidade grande de fazer jogos em coprodução. Para nossa felicidade, eu já tinha um networking bem estabelecido dentro da indústria e começamos a pegar projetos pequenos no regime de coprodução. A gente participa de um grupo de estúdios que se juntam para fazer jogos grandes”, explica. 

Apesar disso, os primeiros anos da empresa foram complicados, lembra o empreendedor. “Era um estúdio recém-criado no Brasil. As pessoas me conheciam, mas elas não conheciam o estúdio. Muitos dos projetos que a gente fez nos primeiros quatro anos foram projetos atrelados à minha própria reputação. ‘Eu vou fazer isso com o André’. A Gameplan era um detalhe. Isso era uma coisa que me incomodava”, conta. 

Credibilidade

O empresário conta que a empresa passou a ganhar credibilidade perante os investidores internacionais da indústria de games depois que ele conheceu a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Fauri resolveu participar do Projeto Comprador — iniciativa que custeia a visita de compradores internacionais a empreendedores brasileiros — e conta que isso foi determinante para o crescimento da empresa. 

“Quando a gente começou a participar dos projetos compradores, começamos a pegar projetos maiores. O tête-à-tête começou a funcionar melhor. Com isso, eu comecei a ter dinheiro para viajar e participar dos eventos importantes da indústria. A percepção do comprador muda completamente quando você está na terra dele. Ele vira e fala: ‘esse estúdio é firme, sabe o que está fazendo’. Tudo isso soma. A gente veio em um crescimento orgânico bem interessante até 2019”, relata. 

Em 2021, Fauri se inscreveu em mais um programa da ApexBrasil de suporte à internacionalização de marcas brasileiras: o Programa de Qualificação para Exportação (Peiex). Segundo o empresário, o programa foi um marco na trajetória da empresa no mercado externo. 

“Foi um verdadeiro banho de loja. Eu aprendi horrores. Eu passei a entender uma série de coisas que eu não fazia a menor ideia de como funcionavam e isso teve um impacto muito positivo na maneira como a gente exporta, na maneira como a gente faz contrato, na maneira como a gente negocia, na maneira como a gente entende o mercado, na maneira como a gente se prepara para o mercado internacional”, testemunha. 

Após o Peiex, ele afirma que a empresa viveu seu melhor momento. “Depois do Peiex, a gente começou a fechar contratos muito maiores, a gente chegou a ter 40 pessoas no final de 2022, o maior tamanho que a Gameplan já teve. A gente teve um faturamento muito relevante, floresceu como empresa e começamos a ser encarados de uma forma muito séria pelos compradores internacionais”, diz. 

Projeto Comprador

Os escritórios da ApexBrasil no exterior, em parceria com embaixadas brasileiras e outros parceiros, selecionam e trazem ao Brasil compradores internacionais interessados em produtos e serviços nacionais, o que evita que os empresários brasileiros tenham que se deslocar para o exterior. 

Empresas dos setores de Alimentos, Bebidas e Agronegócios, Máquinas e Equipamentos, Casa e Construção, Economia Criativa, Moda, Saúde e Tecnologia da Informação e Comunicação podem participar do Projeto Comprador. 

Para mais informações sobre o programa, clique aqui. Se quiser saber mais sobre outros programas da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, acesse www.apexbrasil.com.br

HISTÓRIAS EXPORTADORAS: conheça a trajetória de empresa do interior de SP que já exporta açaí para mais de 20 países

HISTÓRIAS EXPORTADORAS: amor pelo café impulsiona planos ambiciosos do Café Caiçara

Pixel Brasil 61

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *