Painéis em Tupã, Adamantina e Itapetininga mostraram as novas tendências da pecuária nas regiõesA bovinocultura de corte paulista está se adaptando. Além da crise do preço da arroba, questões climáticas que afetam grandemente a produção a pasto, fez com que os pecuaristas buscassem novos rumos e mercados nas cidades de Adamantina e Itapetininga, segundo os levantamentos dos painéis de custos de produção realizados pela Confederação Nacional de Agricultura com apoio técnico do pelo Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). Já em Tupã, mesmo com a diminuição na margem de lucros por conta do reforço na suplementação mineral, a cria de bezerros para venda continua sendo a principal atividade.
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Segundo o assessor técnico Thiago Rocha, o projeto Campo Futuro intenciona conhecer a realidade dos custos de produção das atividades agropecuária, levando em consideração uma propriedade modelo na região. Os painéis acompanham séries históricas das cadeias produtivas nas diversas regiões e tem como principal produto verificar a rentabilidade das atividades rurais. No caso de Adamantina, a opção dos pecuaristas foi a recria e engorda de fêmeas, enquanto em Itapetininga a produção e venda de garrotes, com até 14 meses, passou a ser a principal atividade.
“Esses painéis são importantes para que possamos identificar os desafios enfrentados pelos pecuaristas e as soluções por eles encontradas. As discussões que surgem nos painéis nos ajudam a entender em que momento se encontra a atividade na região. Essas informações são importantes para o planejamento e tomada de decisão dos produtores quanto ao futuro da atividade”, afirmou Rocha.
Os técnicos do CEPEA/ESALQ-USP e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participaram por videoconferência. Para o presidente da Faesp, Tirso Meirelles, esse trabalho ajuda a conhecer melhor o campo paulista e como ele tem se adaptado aos desafios. Painéis como esses, ouvindo produtores locais e construindo as planilhas de custos x desempenho, ajudam a explicar a evolução das cadeias produtivas e como elas se desenvolvem em cada região.
“Conhecer a realidade do campo é essencial para que possamos pleitear políticas públicas específicas para cada região, desenvolvendo a economia local e atendendo às demandas dos produtores. Sabemos da importância da agropecuária paulista na construção de uma economia nacional sólida e vamos trabalhar para aumentar cada vez mais a nossa participação no mercado nacional e nas exportações. Para isso, é essencial que tenhamos a real noção do que temos a oferecer em cada região”, concluiu Meirelles.
Pelos dados da CNA, apresentados nos painéis, a pecuária paulista demonstra sua sustentabilidade na adaptação às perspectivas de novos mercados. Nas três cidades, as propriedades escolhidas como modelo, reforçaram a busca constante da qualidade dos animais e a melhoria genética do rebanho.